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domingo, 1 de abril de 2012

Com aliados que tem, governo dispensa oposição


No Congresso, os dissabores de Dilma são fruto da rebeldia de setores da base aliada, que têm feito mais barulho do que a própria oposição
Senador Requião: a %u201Cgrande política%u201D foi esquecida
No Governo Dilma, a base aliada, com seus setores rebeldes, dá mais trabalho do que a própria oposição. Mesmo que lideranças do Governo Federal neguem a existência de uma crise, a presidente vem enfrentando a morosidade na tramitação de projetos considerados prioritários e já tem sofrido algumas derrotas nas Casas Legislativas Federais. O Partido da República (PR), que compunha a base nas gestões de Lula e ajudou a eleger Dilma, já se desligou do Governo e, pelo menos no Senado, já se colocou como partido de oposição.



No último mês de março, o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB), admitindo preocupação com as eleições de 2012, chegou a divulgar nota demonstrando insatisfação quanto à hegemonia do Partido dos Trabalhadores (PT). Parlamentares peemedebistas consideram o tratamento recebido pelo Governo de “injusto” e “desigual” e afirmam que o PT estaria empenhado em assumir o lugar do PMDB como maior partido com base municipal do país.

O professor de Ciências Políticas da Universidade de Fortaleza (Unifor), Francisco Moreira Ribeiro, afirma que a larga base de apoio ao Governo petista é fruto do adesismo. “Aquela adesão não tem vínculos programáticos. As adesões assim como as rupturas que estão ocorrendo, com essa crise que se instalou no governo com a base, têm finalidade eleietoral”, defende. Para Ribeiro, os partidos vêm fazendo oposição ou situação de acordo com o momento, e com a necessidade de tirar maior proveito eleitoral.

Já o professor Valeriano Costa, professor de Ciência Política da Unicamp, explica que a base está insatisfeita com a atitude do Governo, com relação à retenção e contingenciamento de verbas e emendas parlamentares. “Isso criou desconforto e a Dilma está demorando muito na negociando para substituição e nomeação dos ministros que hoje são provisórios”, argumenta.

A crise com a base já vem resultando em derrotas ou atrasos no Senado e na Câmara Federal. Um exemplo foi a tramitação do projeto que cria o Regime de Previdência Complementar do Servidor Público da União (Funpresp) e fundos de pensão, não tramitou com a pressa desejada pelo Governo, embora tenha sido aprovado na última quarta-feira, no Senado.

Desencanto

Diante da aprovação da Funpresp, senador Roberto Requião (PMDB-PR) confessou seu desencanto com a política brasileira. Em protesto, ele denominou o Senado de “geleia geral em que se transformou o Senado”. Para o senador, os políticos de esquerda cortaram os laços com a ideia de transformação da sociedade brasileira, “que em um dia tão distante cultivamos”’. Segundo ele, a “grande política” foi escorraçada do Parlamento e dos sindicatos e hoje está confinada aos livros.

Na avaliação do parlamentar, PT, PCdoB, PSB e PDT, que ajudaram a aprovar a Funpresp, “não perceberam ainda” que, nos últimos 30 anos, o país está se desindustrializando com as políticas liberais. Ele criticou a ausência de uma “política séria” que contenha o ingresso do “capital vadio” na Bolsa de Valores e evite “a política de terra arrasada” causada pelo dólar barato. (Lucinthya Gomes - lucinthya@opovo.com.br)

Saiba mais

Mesmo que a oposição venha se empenhando em atacar o Governo Federal, sob o ponto de vista da ética e da moralidade, a presidente Dilma Rousseff, mesmo com a substituição de vários ministros por suspeita de corrupção, tem conseguido se preservar diante da opinião pública. Para a população, ela é quem está fazendo uma verdadeira “faxina” no Governo.

A propósito, o primeiro ano do Governo Dilma foi melhor avaliado do que o primeiro ano das duas gestões do ex-presidente Lula. Pesquisa Datafolha divulgada pelo jornal Folha de S.Paulo em janeiro indica que 59% da população considera a administração de Dilma boa ou ótima.
 
Nos dois primeiros anos de gestão, Lula conseguiu a aprovação positiva de 42% e 50%, respectivamente.
 
O índice de confiabilidade da presidente empata com o de Lula em seu primeiro mandato no Palácio do Planalto. Segundo pesquisa do Ibope divulgada no último mês de dezembro, ela conta com a confiança de 68% dos entrevistados.







Postada;Gomes Silveira
Fonte:O Povo

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