Trabalhadores pararam 100% das obras do estádio para reivindicar o valor salarial firmado em acordo em 2011
Os mais de 1.200 operários da construção pesada que trabalham nas obras do Castelão para a Copa 2014 entraram em estado greve na manhã de ontem. A previsão é que a paralisação continue até 16 de abril, quando acontece a próxima assembleia.
O movimento começou às 14h da última segunda-feira, quando 60% da categoria parou os trabalhos e realizou uma passeata em frente à praça esportiva do estádio. Com a situação, membros do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada e Montagem Industrial do Ceará (Sintepav-CE) foram, ontem, até o Castelão e realizaram assembleia na qual ficou decidida a paralisação total das obras.
"Não adianta anunciar que temos 60% do trabalho concluído, se as empresas não estão cumprindo as obrigações com os funcionários", destaca o fiscal de trabalho do sindicato, Arquimedes Fortes.
Os mais de 1.200 operários da construção pesada que trabalham nas obras do Castelão para a Copa 2014 entraram em estado greve na manhã de ontem. A previsão é que a paralisação continue até 16 de abril, quando acontece a próxima assembleia.
O movimento começou às 14h da última segunda-feira, quando 60% da categoria parou os trabalhos e realizou uma passeata em frente à praça esportiva do estádio. Com a situação, membros do Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Pesada e Montagem Industrial do Ceará (Sintepav-CE) foram, ontem, até o Castelão e realizaram assembleia na qual ficou decidida a paralisação total das obras.
"Não adianta anunciar que temos 60% do trabalho concluído, se as empresas não estão cumprindo as obrigações com os funcionários", destaca o fiscal de trabalho do sindicato, Arquimedes Fortes.
A paralisação é decorrente do descumprimento do acordo coletivo fechado em assembleia geral realizada em abril de 2011. Os operários reivindicam o valor salarial firmado entre o sindicato, o Consórcio Arena Multiuso Castelão, formado pela Andrade Mendonça e Galvão Engenharia, e empresas subcontratadas e/ou terceirizadas.
A última vez que a categoria paralisou os trabalhos foi em fevereiro, quando também reivindicou o cumprimento do acordo de abril de 2011. Na época, a decisão de retomar os trabalhos foi feita em assembleia após uma reunião com representantes da Secretaria Especial da Copa e do consórcio construtor da Arena.
De acordo com Arquimedes Fortes, o consórcio possui empresas subcontratadas que pagam salários diferenciados para os seus trabalhadores. "Elas não podem fazer isso. Precisam agir conforme o acordo coletivo, no qual é estabelecido o mesmo valor salarial para todos", defende. Sobre a paralisação dos operários da obra do Estádio Castelão, o consórcio construtor esclarece, em nota, que abril é o mês do dissídio dos trabalhadores da construção pesada e a pauta de reivindicações, apresentada pelo Sintepav-CE, segue em negociação. O conjunto de empresas acrescenta, ainda, que sempre esteve à disposição para negociar e continua empenhado para chegar a um acordo.
Em busca de soluções para o impasse, a próxima reunião entre o Sintepav-CE e o Sindicato Nacional da Indústria da Construção Pesada (Sinicon) está prevista para o dia 12 de abril. Nela, serão discutidas as propostas das empresas e dos trabalhadores. No dia 16, haverá uma nova assembleia com os grevistas. Na data, será discutido o acordo.
Construção civil
Os trabalhadores da construção civil, que também estão em estado de greve, paralisaram as obras no Porto das Dunas, onde estão sendo construídos condomínios fechados de luxo.
Na manhã de ontem, eles realizaram uma passeata na região cobrando negociação com o Sindicato da Indústria da Construção Civil (Siduscon). Em seguida, os cerca de 1.500 trabalhadores fizeram assembleia geral para discutir o caso.
A exigência é de reajuste salarial de 17%, aumento da cesta-básica, plano de saúde, jornada 40 horas, dia do trabalhador da construção civil, auxílio creche. Um dos pontos mais reivindicados é a segurança no ambiente de trabalho.
Propostas
Conforme o vice-presidente de relações trabalhistas do Sinduscon-CE, Fernando Pinto, a paralisação é parcial e ilegal.
"As negociações não foram rompidas, elas ainda estão acontecendo. Durante este período, o sindicato precisa se abster de paralisações, pois elas prejudicam as negociações", defende.
De acordo com ele, as empresas da construção civil já fizeram proposta de reajuste no piso de 8,57% e de 7% no auxilio alimentação, valor superior à inflação, uma vez que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) teve variação de 5,47% em 2012.
"O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria da Construção Civil de Fortaleza e Região Metropolitana faz promessas irreais. Querem reajuste de 25% e férias de 45 dias. Nenhuma outra região do País tem isso", avalia Fernando Pinto.
Para analisar o problema dos trabalhadores civis, hoje, às 15h30, acontece uma rodada de negociação entre todos os sindicatos e empresas.
A reportagem tentou entrar em contato, por telefone, ontem, com o STICCRMF, no entanto, não obteve resposta até o fechamento desta edição.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste