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domingo, 26 de fevereiro de 2012

Governador fala só, defendendo a aliança


No encontro da última sexta-feira, de líderes do PSB, ficou evidente a distância deles com a prefeita Luizianne
O governador Cid Gomes (PSB) e a prefeita Luizianne Lins (PT) conversaram, na última sexta-feira, antes do almoço que ele tinha com os deputados federais, estaduais e dirigentes do PSB, para tratarem das eleições municipais deste ano, em todo o Estado. O diálogo dos dois foi mais de ordem administrativa, pois a parte ligada à política, a geradora de maior interesse dos segmentos partidários diretamente interessados na sucessão de Fortaleza, ficou para quando ele retornasse da viagem ao exterior, a ser empreendida a partir de amanhã, com duração de aproximadamente dez dias.


Antes da conversação deles, havia uma certa expectativa quanto à possibilidade de encontrarem-se ao lado da presidente Dilma Rousseff, amanhã, em Maracanaú, e no almoço que acontecerá em hotel no Município de Aquiraz, oferecido pelo governador à presidente.

Sem confirmação
A prefeita foi convidada a participar do evento em uma das estações do metrô, em Maracanaú, quando a presidente anunciará a liberação de recursos no montante de R$ 900 milhões para a continuidade das obras daquele sistema de transportes, além do apoio para o Estado contratar um empréstimo de R$ 1 bilhão para aplicar no mesmo empreendimento e para o almoço, óbvio.

Mas o Palácio da Abolição não tinha a confirmação da presença de Luizianne naqueles dois momentos. E já estava definido que o governador não participaria da parte da programação da presidente com a prefeita, quando da visita ao projeto Vila do Mar, obra com recursos da União. Ainda na sexta-feira, antes da conversa dos dois, um dos secretários do Governo dizia, ao falar da programação da presidente, que o governador se despediria de Dilma logo após a visita ao eixão das águas, para que ela cumprisse o roteiro de Luizianne, deixando explícito a divisão dos espaços.

Sozinho
Especulações à parte. O governador reiterou para os seus liderados, na presença do ex-ministro Ciro Gomes, o articulador do PSB para as eleições municipais, sua posição em favor da manutenção da aliança na Capital, com o PT, para a sucessão da prefeita. Falou praticamente sozinho. Os que se manifestaram sobre Fortaleza foram para defender o lançamento de um candidato próprio do partido, a começar por Ciro Gomes, repetindo o discurso de ser importante para sua agremiação disputar tendo um dos seus como cabeça da chapa, não só para fortalecer a sigla, como, principalmente, prepará-la para os embates seguintes.

Como a principal liderança do PSB, mesmo sabendo de estar defendendo uma posição contrária ao sentimento da quase totalidade dos liderados, Cid não poderia sair do encontro daquele grupo como força vencida. E nesse sentido foi providencial o posicionamento de Ciro ao afirmar ser do governador a última palavra sobre a manutenção ou não da aliança em Fortaleza, decisão qualquer que todos acatariam sem empecilho algum.

Preparado
A disposição de Cid de continuar em um mesmo palanque com Luizianne, como ele tem sempre enfatizado, guarda limites não tão fáceis de serem ultrapassados, sendo o principal deles o nome a ser apresentado pelo PT. Ele estabeleceu condições e delas parece não ter se afastado. O candidato terá de reunir algumas qualidades para ser aceito por si e pelos demais partidos aliados, dentre eles o PMDB. E o petista da vez, o secretário de Educação do Município, Elmano de Freitas, parece não se enquadrar no perfil imaginado pelo chefe do Executivo.

A conclusão do encontro de o partido continuar se preparando para disputar a Prefeitura da Capital, com a ciência do governador, não deixa de ser uma demonstração clara da grande chance de a maioria, defensora da candidatura própria, aliado ao fato de as exigências do governador para apoiar um petista não serem atendidas, ter a sua tese, de candidatura própria, ao final vencedora.

Ciro faz críticas à prefeita Luizianne
Enquanto o governador Cid Gomes (PSB) considera "esgotado" o imbróglio com o senador José Pimentel (PT), o ex-ministro Ciro Gomes (PSB) voltou a afirmar que o parlamentar "mentiu lamentavelmente" ao dizer que o Estado teria devolvido recursos à União por não viabilizar projetos. Ele ainda criticou algumas ações da administração do PT na Capital em relação a três temas: emprego, saúde e educação.

Em entrevista ao Diário do Nordeste, o ex-ministro Ciro Gomes ao sair do encontro com seus correligionários do PSB, na última sexta-feira, disse que a provocação entre políticos em ano eleitoral já se tornou "vulgar" e que a população estaria interessada na eficiência e nos compromissos das administrações públicas. "Agora eu tenho quatro pontos relativos a grandes questões de Fortaleza para debater com respeito ao senador", declarou Ciro.

Primeiro, ele criticou a não instalação de um estaleiro no Titanzinho, empreendimento que, conforme destacou, representaria a geração de 2 mil empregos inicialmente. "Eu afirmo que a Prefeitura de Fortaleza expulsou daqui mais de 2 mil empregos, que foram para Pernambuco", enfatizou.

Segundo Ciro, a atual administração da Capital levou, nos últimos sete anos, a qualidade da educação de Fortaleza ao 180º lugar dos 184 municípios cearenses. "É a pior educação pública entre todas as capitais do País. Isso eu estou afirmando para o senador Pimentel dizer se é verdade ou não é verdade", disparou.

Indicação política
O ex-ministro também criticou o calendário das escolas municipais de Fortaleza, afirmando que o ano letivo dos alunos, no ano passado, começou no dia primeiro de setembro. "O próximo prefeito, se não tiver nenhum dia de greve, ainda não vai conseguir atualizar o ano letivo, o que significa que toda uma geração de filhos de trabalhadores perdeu um ano de vida, um ano de acesso à universidade e ao trabalho", declarou.

Disse mais: "Eu afirmo que todos os diretores das escolas municipais de Fortaleza são nomeados por políticos, como fazem os coronéis e os fisiológicos". O ex-ministro também reclamou do abandono de, pelo menos, metade dos leitos da atenção básica de saúde de Fortaleza, o que tem feito a população procurar "caoticamente" atendimento básico no Instituto José Frota (IJF) e no Hospital Geral de Fortaleza (HGF).

"São afirmações objetivas e acho que isso interessa ao povo. Não estou atacando ninguém. Ele (senador José Pimentel) propôs duas questões, e estou propondo essas quatro questões: uma relativa a emprego, duas a educação e uma a saúde", declarou Ciro Gomes.

O ex-ministro disse que o fato de os políticos se provocarem em época de eleição se tornou algo comum. "É uma coisa que já está vulgar e até meio sem graça. E o que o povo pode ganhar disso? O que eles querem saber é da eficiência, dos compromissos". Neste sentido afirmou que o PSB tem feito discussões teóricas sobre diversas questões importantes para a cidade, citando como exemplo as áreas de saúde, educação, urbanismo e outras.






Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste

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