A estudante Mayara Petruso foi condenada a 1 ano, cinco meses e 15 dias de reclusão pela Justiça de São Paulo por ter postado mensagens preconceituosas e incitado a violência contra nordestinos em sua página no Twitter, em outubro de 2010.
A decisão é da juíza federal Mônica Aparecida Bonavina Camargo, da 9ª Vara Federal Criminal em São Paulo, e foi divulgada nesta quarta-feira (16). A pena, no entanto, foi convertida em prestação de serviço comunitário e pagamento de multa e indenização de R$ 500. A decisão é de 1ª instância e cabe recurso.
Na época, ela admitiu ter publicado as mensagens como uma reação ao resultado da eleição presidencial, na qual o candidato dela perdeu para Dilma Roussef devido à expressiva votação dos nordestinos. Durante o processo, ela alegou que não tinha a intenção de ofendê-los e que também não é preconceituosa.
Mensagem causou revolta entre usuários do TwitterMensagem causou revolta entre usuários
do Twitter
Na época, ela admitiu ter publicado as mensagens como uma reação ao resultado da eleição presidencial, na qual o candidato dela perdeu para Dilma Roussef devido à expressiva votação dos nordestinos. Durante o processo, ela alegou que não tinha a intenção de ofendê-los e que também não é preconceituosa.
Mensagem causou revolta entre usuários do TwitterMensagem causou revolta entre usuários
do Twitter
“[A jovem] pode não ser preconceituosa; aliás, acredita-se que não o seja. O problema é que fez um comentário preconceituoso. Naquele momento a acusada imputou o insucesso eleitoral (sob a ótica do seu voto) a pessoas de uma determinada origem. A palavra tem grande poder, externando um pensamento ou um sentimento e produz muito efeito, como se vê no caso em tela, em que milhares de mensagens ecoaram a frase da acusada”, completou a juíza.
Mônica Camargo rejeitou a alegação da estudante de que sua expressão foi uma posição política. “As frases da acusada vão além do que seria politicamente incorreto, recordando-se que o ‘politicamente correto’ geralmente é mencionado no que toca ao humor, hipótese de que não se cuida nesta ação penal.”
O caso
O caso começou em 30 de outubro de 2010, um domingo, após a eleição de Dilma Rousseff à Presidência da República. Irritados com a decisão das urnas, alguns usuários do Twitter começaram a insultar moradores do Nordeste. Entre as mensagens estava a da jovem.
Ao longo da semana seguinte, o Ministério Público Federal recebeu documentos da Ordem dos Advogados do Brasil de Pernambuco e da procuradora regional de São Paulo Janice Ascari pedindo a investigação do caso. O MPF preparou um laudo e a Polícia Civil também abriu inquérito sobre as mensagens.
Na ocasião, a jovem cursava o primeiro ano de Direito, residia na capital com duas amigas e estagiava em escritório de advocacia de renome. Após a repercussão do fato, perdeu o emprego, abandonou a faculdade e mudou-se de cidade com medo de represálias.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Camocim Policia 24 Horas
Nenhum comentário:
Postar um comentário