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domingo, 10 de junho de 2012

Fortaleza é prejudicada - Falta compromisso de partidos e candidatos


A 20 dias do prazo para homologação das candidaturas, o quadro, é de indefinição de nomes e de alianças
O Calendário Eleitoral, elaborado pelo Tribunal Superior Eleitoral, estabelece o período compreendido entre hoje, 10 de junho, e o próximo dia 30, para a realização das convenções partidárias, único momento em que as agremiações, um total de 29, podem homologar nomes de filiados seus para disputarem os cargos de prefeitos e vereadores, nas eleições deste ano, no território nacional.

Nenhum político cearense, hoje, terá seu nome aprovado
em convenção para estar apto a disputar a Prefeitura de Fortaleza, no dia 7 de outubro. Nada demais se a inexistência do ato partidário, imprescindível para a oficialização de candidaturas, fosse simplesmente pela opção desse ou daquele grêmio preferir cumprir essa etapa do processo das eleições em outra qualquer data.

Lamentavelmente, não temos convenções neste domingo pelo fato único e exclusivo de os partidos, sem exceção, ainda experimentarem momentos de dúvidas e incertezas como irão participar do pleito.

É uma realidade muito triste. Ela retrata a falta de estrutura dos partidos e a improvisação na escolha de candidatos e alianças. Mostra que vamos ter pessoas querendo ser prefeito de Fortaleza, sem estar preparados para a importante missão de gerir o Governo municipal. Candidato aventureiro, para satisfazer interesses e egos, por isso, sem qualquer compromisso com a complexidade dos problemas de hoje e os de amanhã, nascidos das necessidades crescentes das populações.

Demagógico

Até agora, e em outras oportunidades já nos reportamos ao tema, nada, absolutamente coisa alguma, os políticos citados para a disputa pela chefia do Executivo municipal, falaram de suas ideias para melhorar a vida dos fortalezenses. Dizer que a atual administração deixa a desejar e não oferecer alternativas e propostas concretas à solução dos problemas, é repetir a lenga-lenga demagógica das velhas campanhas.

O discurso do político sério precisa dizer como é possível, realmente, o futuro prefeito garantir a assistência médica que a população reclama. É o que descreve um projeto factível de aberturas de ruas e avenidas na cidade. É o que explicita como vai fazer a escola pública ser respeitada e cumprir sua finalidade. Enfim, é aquele no qual o seu autor demonstra conhecer as dificuldades da Prefeitura e com sinceridade e coragem reconhece não poder fazer, com os recursos próprios da municipalidade, tudo quanto é reclamado pelas necessidades da nossa gente, para evitar expectativas falsas.

Dizer, como alguns repetem, ter tempo para um amplo debate sobre o futuro de Fortaleza, no curso da campanha eleitoral, de pouco mais de três meses, é só mais uma falácia. Esse discurso é de quem não se preparou para o cargo. É de aventureiro. É de quem não tem compromisso com a coisa pública. É de quem quer o cargo pela importância pessoal que ele representa, não para servir ao povo como prometem nos palanques.

Compromissos

Como se tudo isso fosse menor, ainda há o problema das alianças. Neste campo, a situação é mais caótica ainda. A exceção de PSB e PMDB, cujo acerto é de marcharem juntos com ou sem PT, nenhuma outra coligação majoritária está consolidada, demonstrando que elas acontecem apenas para a satisfação de interesses menores, distantes de um compromisso de bem gerir a Prefeitura.

A falta de compromissos com a governança tem sido uma das causas de rompimento de prefeito e vice ao longo dos últimos anos em Fortaleza. A prefeita Luizianne Lins, nos seus dois mandatos, rompeu cedo com os seus vices. O último, o hoje deputado Tin Gomes, ela relutou em aceitar, recebendo-o só depois de realizada a convenção, o que gerou, inclusive, questionamentos na Justiça Eleitoral.

Ora, administrar uma cidade com a complexidade de problemas como a nossa, com a colaboração de aliados já é muito difícil, sem ajuda e com pessoas torcendo pelo quanto pior melhor aí mais difícil se torna, gerando consequências negativas para o conjunto dos habitantes.



Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste

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