
Sem água, o comércio sofre com a redução nas vendas e a economia de muitos municípios acaba afetada
A falta de chuvas já começa a ter impacto no comércio das regiões mais atingidas pela seca. De acordo com o presidente da Câmara de Dirigentes Lojista de Quixadá, Júnior Capistrano, a estiagem tem contribuído para diminuir as vendas no comércio do Sertão Central. Em Quixadá, segundo ele, as vendas no varejo caíram 30% em março em comparação ao ano passado. Em supermercados da cidade, as vendas encolheram 10%.
“Está muito difícil. Todo mundo fica mais receoso de gastar. O agricultor perde o recurso, as sementes, caem as vendas”, relaciona Capistrano. O presidente da CDL explica que a situação é pior principalmente porque 2011 “já não foi um ano bom”.
Capistrano explica que o setor de confecções é o mais prejudicado. “Roupa é o primeiro ponto que a pessoa deixa de comprar”, avalia. O presidente da CDL de Quixadá conta que muitos representantes comerciais têm gastado para oferecer os produtos nos municípios vizinhos, mas sem obter resultado. “Está desesperador para todo mundo, mesmo aqui (em Quixadá), que tem um bom comércio”.
A média de chuvas nas regiões do Sertão Central e do Sertão dos Inhamuns foi de 76,5 mm em março, segundo a Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos (Funceme). O volume esperado para o mês é de 178 mm. Estão na bacia do rio Banabuiú, no Sertão Central, quatro dos 18 reservatórios com volume inferior a 30% no Estado. O açude de Umari, em Madalena, armazena apenas 24,66% da capacidade, segundo o monitoramento da Companhia de Gestão dos Recursos Hídricos (Cogerh).
Madalena e Quixeramobim, também no Sertão Central, decretaram situação de emergência, na semana passada, após ocupação de manifestantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) nas prefeituras.
Dívidas
O Conselho Monetário Nacional (CMN), vinculado ao Banco Central, aprovou na última sexta-feira (13) alterações nas condições para pagamento de dívidas de produtores rurais que tiveram perda de renda por causa da estiagem no Nordeste e da cheia, no Norte.
Os agricultores de regiões em situação de emergência reconhecida pelo governo federal poderão prorrogar o pagamento de empréstimos de custeio e investimento, a vencer ou vencidas, até 2 de janeiro de 2013.
Segundo o Ministério da Agricultura, também foi aprovado voto que autoriza a renegociação das operações de crédito rural no âmbito do Programa Nacional da Agricultura Familiar (Pronaf) para os agricultores que tiveram prejuízos em decorrência da estiagem.
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A queda nas vendas determinada pelo quadro de estiagem representa um dos seus pontos mais preocupantes. O comércio, para muitos municípios, é o principal sustentáculo da economia local.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
Nenhum comentário:
Postar um comentário