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quinta-feira, 3 de maio de 2012

TENSÃO em QUIXADÁ - Presos se rebelam e ateiam fogo na cadeia




Quixadá - Uma rebelião iniciada por volta das 10h30 da manhã desta quarta-feira, 2 de maio, em Quixadá culminou com um incêndio, tiroteio e a transferência de 24 detentos para a penitenciária regional de Juazeiro do Norte e outras unidades prisionais do Estado. Era dia de visita quando uma parte dos presidiários ateou fogo em colchões, lençóis e redes na ala superior do presídio local. Logo uma multidão se concentrou na entrada da penitenciária. Na maioria eram parentes dos presos. Estavam aflitos. Temiam mortes.

Os presos conseguiram abrir um buraco na parede lateral da cadeia. Haviam planejado fuga em massa, mas equipes do 11º Batalhão Policial Militar e do Ronda do Quarteirão, composta por aproximadamente 30 policiais, conseguiram manter os 159 detentos dentro do prédio penitenciário. Os próprios comandantes das duas forças policiais estavam à frente da operação. Contaram com o apoio de uma equipe do Corpo de Bombeiros de Quixeramobim para debelar o fogo. Enquanto os bombeiros apagavam as chamas policiais davam cobertura evitando que os presos se aproximassem.

Cerca de duas horas depois representantes da Secretaria de Justiça do Estado, acompanhados de duas equipes do recém criado Comandando Tático Rural (Cotar) e do Grupo de Apoio Penitenciário (GAP) chegaram em Quixadá. Dois juízes e dois promotores da Comarca local, acompanhados do defensor público Júlio Matias Lobo estiveram no local.. Logo depois as equipes do Cotar e do GAP adentraram a cadeia pública e controlaram a rebelião. Após a realização de checagem os detentos retornam para as celas. No caminho, rastros de destruição.

Durante todo o movimento muitos familiares ficaram apreensivos. O desespero aumentava quando os tiroteios começavam. Correram boatos de alguns mortos, deixando a multidão ainda mais agitada. Um homem tentou incendiar uma viatura da Polícia Militar. Ele foi preso. No fim da tarde, quando os 24 presidiários considerados mais problemáticos eram transferidos em um ônibus da Secretaria de Justiça, a Polícia e a direção da unidade prisional haviam contabilizado apenas danos materiais. Segundo o comando da PM houve apenas um ferido, apenas com escoriações, provocadas por outros detentos.

A reportagem do Diário do Nordeste procurou manter contato com o diretor da Cadeia Pública de Quixadá, Cícero Marcílio de Almeida, mas até o encerramento desta edição ele não havia sido localizado. Segundo os auxiliares estava adotando providências administrativas acerca do caso. Dias antes ele havia demonstrado preocupação em relação à superlotação carcerária. A cadeia de Quixadá tem capacidade para 88 presos. Estava praticamente com o dobro. O problema esta sendo resolvido pelo juiz da Vara de Execuções Criminais Felipe Maia, com apreciação das prisões e alvarás de soltura.  .

Conforme familiares de alguns detentos o estopim para a revolta foi aceso quando as visitas do sexo feminino foram proibidas de adentrarem vestidas com shorts na manhã de ontem (02/05). Para policiais da guarnição penitenciária o motivo é outro, a tela no pátio interno da cadeia. Após a instalação, há alguns meses, não há mais como arremessar “pacotes”, geralmente com drogas, pela rua lateral. Do outro lado funciona a Escola de Ensino Fundamental Terra dos Monólitos. Não houve aula no período da tarde.

 
 
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário Sertão Central

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