
De Norte a Sul do Brasil, a cantilena é uma só: a suspensão do início das Séries C e D do Campeonato Brasileiro coloca vários clubes tradicionais na berlinda, à espera de uma definição, que pode até sair hoje, quando os 20 que disputam a Série C irão se reunir com o presidente da CBF, José Maria Marin.
Doda, contratado para a Série C, aguarda por uma definição para jogar
Liderados pelos presidentes de Fortaleza, Paysandu e Santa Cruz/PE, todos os clubes da Terceira Divisão vão cobrar uma providência da CBF, que os deixou órfãos de competições oficiais, por conta de liminares na Justiça Comum, conseguidas por Treze de Campina Grande/PB, Brasil de Pelotas e Araguaina/TO. Todos eles pedem suas inclusões na Série C, alguns dos quais sem terem nem o respaldo a ser atingido na esfera esportiva.
De Campina Grande já vieram vozes conclamando uma união dos clubes nordestinos para que todos entrem no mesmo balaio de liminares e fiquem todos juntos na Terceira Divisão, passando por cima das peculiaridades de cada caso.
Antes mesmo que essas vozes revolucionárias se tornem uníssonas, os referidos clubes e até os do Norte e do Nordeste estão amargando prejuízos financeiros e acumulando incertezas quanto ao futuro das Séries C e D. As agremiações se dividem entre as que pretendem cassar as liminares que impedem, na Justiça Comum, a realização da Terceira e Quarta Divisões e os que defendem um acordo entre elas, mediante a intervenção da presidência da CBF.
Desde domingo
Desde o domingo à noite que o presidente do Fortaleza, Osmar Baquit, está no Rio de Janeiro, de onde completou os contatos com os outros dirigentes dos 19 clubes restantes. "Vamos exigir uma definição para o problema, seja ela qual for, contanto que os clubes tenham uma informação concreta sobre a Série C", disse. O Leão do Pici se preocupa pois sua folha, que é de R$ 500 mil.
No vizinho estado de Pernambuco, reina a inquietação para Santa Cruz/PE e Salgueiro/PE, que estão na Série C, isso sem falar em Petrolina e Ipiranga (Série D), todos com prejuízos acumulados. O Santa já contabiliza R$ 700 mil de déficit, segundo já relatou o seu presidente, Antônio Luiz Neto, que também já viajou para o Rio de Janeiro. Os clubes do Interior se amparam nas respectivas prefeituras, mas sem condição de esperar mais.
Milagre
Em Alagoas, um dos clubes mais tradicionais do Nordeste, o CSA, sofre com a falta do cumprimento do calendário da CBF. O presidente Jorge VI lamenta muito a falta de jogos oficiais. "Aqui, a gente está fazendo um milagre diante dessa situação complicada. Estamos pensando em entrar com uma ação contra a CBF, cobrando perdas e danos pela falta da competição, que só trouxe prejuízos para nós", desabafou o dirigente. O CSA tem uma folha salarial de R$ 300 mil e o vencimento é no dia 10.
No Rio Grande do Norte a situação também é parecida. O presidente do Baraúnas, da Série D, Eudes Machado, luta para pagar uma folha de R$ 40 mil. Uma das saídas é um amistoso com o Guarany/S, para completar o salário dos atletas.
SAIBA MAIS
Propostas di versas
Na reunião de hoje, dos 20 clubes que disputam a Série C com a diretoria da CBF, marcada para às 15 horas, o presidente do Paysandu, Luiz Omar Pinheiro, vai propor a realização da segunda edição da Copa João Havelange, que surgiu no ano 2000, por conta de liminar do Gama/DF, que determinava a sua inclusão no Campeonato Brasileiro
Comercial/PI vai escapando
O Comercial/PI, que lidera o Campeonato Piauiense, não está sentindo muito a paralisação da Séries C e D porque está disputando o campeonato local, do qual é líder no momento. Entretanto, seus dirigentes gostariam que o time se destacasse numa competição nacional, de onde sairia mais dinheiro para investimentos
Prejuízos
700 Mil reais é o prejuízo estimado pelo Santa Cruz/PE, campeão pernambucano, mas sem conseguir receita pela não realização da Série C do Brasileiro
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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