
Diretores do Banco do Nordeste (BNB) indicados pelos partidos dos Trabalhadores (PT) e do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) podem ser os próximos a cair, "sugados" pelo rol de denúncias de fraudes da ordem de R$ 100 milhões, envolvendo funcionários e clientes em 24 operações de crédito que seriam "irregulares"da instituição, no fim de 2009 e o início de 2011. Os indícios de fraudes e de desvios de dinheiro foram confirmados pelo próprio presidente do BNB, Jurandir Santiago, em entrevista exclusiva concedida ao Diário do Nordeste, na última sexta-feira e publicada na edição de sábado. Ontem, a direção do BNB confirmou o afastamento do chefe de gabinete da presidência do banco, Robério Gress do Vale e de mais dois gerentes de negócios das agências Centro, em Fortaleza e de Maracanaú. Um terceiro gerente, da agência Bezerra de Menezes, foi afastado há dois meses, em decorrência de sindicâncias e auditorias abertas pela própria instituição em julho de 2011, para apurar as operações financeiras fraudulentas.
Quaro sindicâncias foram abertas ontem, pelo BNB, para investigar fraudes
Os afastamentos foram recomendados pelo Colegiado da Diretoria da instituição. "Eles ( gerentes) foram afastados preventivamente", declarou o banco por meio da Assessoria de Imprensa, sem apontar explicar os motivos à decisão do colegiado. "O Banco não precisa de motivos para afastar funcionários de suas funções", justificou a Assessoria de imprensa.
Decisão presidencial
A decisão de promover mudanças na diretoria do (BNB), após as suspeitas de operações fraudulentas teria partido da presidente Dilma Rousseff, segundo divulgou a Folha de São Paulo, ontem. O Conselho de Administração do BNB, que conta com dois representantes do Ministério da Fazenda, se reuniu ontem ara analisar as auditorias internas realizadas destinadas a investigar as operações do banco.
O presidente do BNB, Jurandir Santiago esteve ontem, o dia todo, em Brasília, em reunião com o Ministério da Fazenda e do escritório do banco na Capital Federal. Santiago não retornou as ligações telefônicas feitas pela reportagem do Diário, até o fim da noite de ontem.
Investigações
Iniciadas em julho de 2011, mas só reveladas no último sábado, as auditorias e sindicâncias internas realizadas pelo BNB para apurar as irregularidades devem ser concluídas no fim de julho. A data limite para esclarecer as denúncias e apontar os funcionários e as empresas envolvidas nas fraudes também foi confirmada ontem, pela direção do BNB.
Até lá ,Polícia Federal, Ministério Público Federal e Controladoria Geral da União (CGU) também seguem investigando as denúncias. Segundo o promotor de Justiça, Ricardo Rocha, uma das irregularidades encontradas consistia na apresentação, como garantia, de terrenos no interior do Estado, com valores menores do que o dos financiamentos.
"O plano era exatamente este. O bem dado em garantia era bem menor do que o do empréstimo. O objetivo é que o banco tome esse bem para garantir o empréstimo", explicou o promotor de Justiça.
Segundo ele, três empresas ligadas a cunhados de Robério do Vale teriam pego R$ 11,9 milhões no banco e que ao todo as fraudes chegariam a R$ 29,2 milhões. "Todos os sócios são filiados ao partido dos trabalhares. Todos faziam doações de campanhas para o PT e isso foi constatado nas investigações", disse Rocha. A reportagem não localizou o chefe de gabinete demitido. O Partido dos Trabalhadores disse que não se pronuncia agora.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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