
Quixadá - Todas as delegacias de polícia da região Centro do Estado continuam fechadas. Segundo lideranças do movimento grevista de inspetores e escrivães, iniciado ontem à tarde, apenas alguns delegados estão procurando atender o público. Equipes do Ronda do Quarteirão e da Polícia Militar estão dando meia-volta com presos em flagrante delito. Quem necessita registrar boletim de ocorrência (B.O.) está recorrendo ao portal eletrônico da Polícia Civil, mas a reclamação é geral. Não estão recebendo a confirmação virtual. Não podem requerer segundas vias de documento e nem cancelar cheques perdidos e furtados.
Embora sem um quadro de pânico generalizado, jamais desejado pelos policiais civis, como ocorreu com a paralisação dos policiais militares, os grevistas alertam a sociedade para a possibilidade de agravamento da situação. Apesar do policiamento preventivo nas ruas o número de crimes de menor potencial deve aumentar nos próximos dias caso o Governo do Estado não firme um acordo com a categoria. Um inspetor que pediu para não ter seu nome revelado disse: “Somos a válvula de escape da sociedade. Mediamos os conflitos cotidianos, geralmente familiares. Sem o nosso trabalho as pessoas vão perder a paciência e fazer justiça com as próprias mãos”.
Para os policiais a volta à rotina é apenas aparente. Embora a líder sindical Ines Romero tenha divulgado que o governador Cid Gomes havia justificado que não havia cedido à pressão, mas aceitado as exigências dos PMs em razão da segurança dos cearenses, e que não se intimidaria com as manobras feitas pelos policiais civis, a maioria seguiu nesta manhã para a capital. Pretendem fortalecer ainda mais o movimento e sensibilizar a sociedade a se manifestar maciçamente sobre a crise na segurança pública do Ceará. Alguns policiais estão pedindo apoio de prefeitos e vereadores do Interior.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
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