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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Sucessão em Fortaleza - Oposição inicia diálogo na Capital

Jaime Cavalcante afirma que o PP decidiu se coligar neste ano, desde que não seja com o PT
A estratégia das siglas oposicionistas é criar um bloco que garanta um maior tempo de propaganda eleitoral

Os partidos políticos que fazem oposição à atual administração de Fortaleza estão se articulando na tentativa de criar um arco de aliança coeso para disputar a eleição neste ano. No entanto, algumas legendas oposicionistas não consideram positiva a criação deste bloco, alegando que têm posições distintas no modo de fazer política.

O presidente do Partido Progressista (PP) em Fortaleza, Jaime Cavalcante, afirma que algumas rodadas de conversas já ocorreram com PTC, PPS e PDT, no intuito de criar um movimento que possibilite uma maior participação dos partidos oposicionistas durante o horário eleitoral gratuito.

Aliança

O diretório municipal do PP decidiu, recentemente, que poderá fazer aliança com qualquer outra agremiação, desde que esta não tenha qualquer ligação com o Partido dos Trabalhadores (PT), que atualmente comanda a Prefeitura da Capital.

"Se o partido fizer aliança com o PT, nós ficaremos de fora. Estamos dialogando com vários partidos, e nossa decisão se justifica porque não participamos da base de apoio da atual administração, fazemos oposição à prefeita Luizianne Lins e não achamos coerente nos aliar a um partido o qual criticamos", disse.

O Partido Popular Socialista (PPS) é outro que defende a necessidade de um arco de aliança de todos os partidos de oposição, para que estes tenham tempo suficiente na propaganda eleitoral e já vem realizando encontros com outras legendas, como PDT, PTC, PP, DEM e PSDB.

"Se os partidos tiverem juízo, sairão unidos. O ideal é a união de todos e também a escolha de um candidato que agrade aos interesses de todas as legendas", considera o presidente da legenda, Alexandre Pereira.

No PDT, a maioria dos correligionários sinaliza o nome do deputado estadual Heitor Férrer, como o melhor representaria a agremiação na disputa eleitoral de outubro. No entanto, o partido ainda não iniciou as discussões sobre possíveis alianças com outros partidos.

De acordo com o líder da legenda na Câmara, vereador Iraguassu Teixeira, a agremiação deverá iniciar um trabalho de divulgação do nome do parlamentar nas comunidades de Fortaleza e, em seguida, vai procurar conversar com outros partidos sobre possíveis coligações.

Oportunista

A presidente do PSOL no Ceará, Soraya Tupinambá, afirma que a legenda deve manter aliança apenas com PCB e PSTU, uma vez que, segundo ela, somente essas siglas fazem parte de seu agrupamento partidário. "Nossa configuração se restringe a esses dois partidos, pois os demais não fazem o tipo de oposição que a gente quer. Essa oposição de caráter oportunista, sem a preocupação maior com a cidade e com a população não nos interessa. Temos conseguido manter nossa oposição sem nos confundir", salienta.

Os nomes cotados no PSOL para a disputa à Prefeitura de Fortaleza são o do vereador João Alfredo e o do advogado Renato Roseno. Entretanto, os debates sobre a candidatura deverão ser iniciados no próximo dia 17.

"Nosso interesse é ter mais de um parlamentar na Câmara, por isso é preciso perceber qual dos dois poderia proporcionar isso, porque a candidatura majoritária tem um poder muito grande de mobilização", explica Soraya.

No partido, João Alfredo já sinalizou sua vontade de se candidatar a vereador mais uma vez e não ao Executivo Municipal, mas outros nomes já surgem com a possibilidade de serem os indicados para a Câmara, como o da suplente parlamentar Toinha Rocha e o da presidente do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos do Município de Fortaleza (Sindifort), Narcélia Silva. "Sabemos que existem as questões pessoais de cada um, mas tudo é flexível e os candidatos têm que visualizar o melhor caminho para o partido", declara Soraya.

Um problema que os partidos de oposição poderão enfrentar é a insubordinação de seus representantes na Câmara Municipal de Fortaleza. Pelo menos quatro vereadores que deveriam integrar bancada oposicionista, na maior parte das votações, atuam junto à base aliada. É o caso, por exemplo, de Casimiro Neto, Adelmo Martins, Glauber Lacerda, Machadinho Neto, Mairton Félix e Carlos Dutra.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste

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