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quinta-feira, 19 de abril de 2012

Em Brasília, Cachoeira tem direito a TV e visita íntima


Carlinhos Cachoeira Penitenciária de Papuda, em Brasília, o contraventor Carlinhos Cachoeira tem uma TV de plasma à disposição e liberdade para receber visitas íntimas

Carlinhos Cachoeira 


Abatido e 16 quilos mais magro, o contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, está desde o fim da manhã desta quarta-feira preso na ala federal do complexo penitenciário da Papuda, à disposição da Justiça e da CPI Mista do Congresso, que investigam a rede criminosa comandada por ele em Goiás e no Distrito Federal. Um de seus primeiros pedidos na nova cela foi uma TV de plasma para assistir ao noticiário e se inteirar do que ocorre no mundo externo.

Além de televisão livre, ele pode receber comida trazida de fora do presídio e terá mais liberdade para receber visitas – mas não pode falar ao telefone, sob pena de ter os privilégios cortados. Embora não tenha curso superior, Cachoeira tem direito a essas regalias por ser preso provisório, não condenado. Diferentemente do que acontecia no regime de segurança máxima na penitenciária federal de Mossoró (RN), ele não passará mais por um controle de segurança tão rígido. Terá direito a mais horas diárias de banho de sol e acesso a advogados a qualquer hora do dia, como prevê a Lei de Execuções Penais. E poderá até receber visitas íntimas, às quartas e quintas-feiras, das 9h às 17h.

Cachoeira é casado com a goiana Andressa Alves Mendonça, de 30 anos, ex-mulher do empresário Wilder Pedro de Moraes, suplente do senador Demóstenes Torres (DEM), alvo de inquérito no Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de ligação com o bicheiro. O contraventor tem como parceiros de cela os irmãos José Olímpio e Raimundo Washington Queiroga, seus sócios na exploração de jogos ilegais em Goiás e na região do entorno do DF. Como são acusados de contravenção – um delito de menor potencial ofensivo – eles podem optar pelos benefícios da delação premiada e se livrar de uma condenação mais pesada.

Nesse caso, eles teriam de entregar todo o esquema criminoso, inclusive sua extensa rede de ligações com políticos e membros dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. A defesa nega que a Polícia Federal ou o Ministério Público tenham oferecido a delação premiada. "Não que seja do meu conhecimento", afirmou o jurista Márcio Thomaz Bastos, ex-ministro da Justiça e coordenador da defesa do contraventor. Ele se reunirá nesta quinta com Cachoeira para definir os próximos passos da defesa.

A ala federal da Papuda tem capacidade para 24 detentos, distribuídos em quatro celas, cada uma com seis vagas. Cachoeira, que foi preso em 29 de fevereiro durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, chegou a Brasília às 8h05, em voo comercial. Às 8h30, depois de fazer exame de corpo de delito, deu entrada no presídio. Ele viajou algemado e em silêncio a maior parte do tempo. Em alguns momentos demonstrou estar deprimido e queixou-se de não ter ido ao enterro da mãe, ocorrido nesta terça-feira em Anápolis (GO).





Postada:Gomes Silveira
Fonte:Revista Veja

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