
Denúncias fragilizam um dos expoentes da oposição mais críticos em relação à corrupção no Governo Federal
Novas denúncias contra o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) foram publicadas na revista Veja deste fim de semana e também no jornal Folha de S.Paulo. As publicações mostram detalhes da relação do senador com o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira.
Veja apresenta três diálogos de Torres com Cachoeira, com base em gravações da Polícia Federal. A revista afirma que o senador usava seu cargo para ajudar o empresário a resolver problemas na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Num dos trechos, gravado em 14 de abril do ano passado, os dois negociam a possibilidade de Cachoeira montar uma indústria em Santa Catarina.
Outra gravação apresentada por Veja faz referência a diálogo entre o senador e Cachoeira, de 11 de abril do ano passado, para negociação de contratos de publicidade de uma agência em Mato Grosso, pertencente a pessoas próximas a Torres.
O terceiro diálogo, também de 14 de abril, mostra Torres prestando favores a Cachoeira, desta vez para solucionar uma demanda no Ibama. “Ele (o senador), oferece uma solução ainda melhor: ir por cima e falar direto com a ministra do meio ambiente, com quem diz ter uma boa relação”, afirma a revista.
A reportagem do jornal Folha de S.Paulo, também com base em gravações Polícia Federal, mostra Cachoeira pedindo ajuda ao senador Demóstenes Torres para impedir a convocação do empresário Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, de depor numa comissão da Câmara no ano passado.
No diálogo, Demóstenes tenta tranquilizar o empresário, dizendo que não havia a possibilidade de o pedido ser aprovado. “Manda ele retirar o requerimento”, pediu Cachoeira. Na sequência, o senador responde que “isso não aprova não, professor, isso tem uns 300 requerimentos aqui também no Senado, isso não aprova de jeito nenhum, não precisa nem preocupar”, diz a matéria do jornal.
O pedido de convocação de Cachoeira, para apurar suspeitas de fraudes na Prefeitura de Goiânia, foi apresentado pelo deputado Delegado Waldir, do PSDB goiano, que atuou como suplente no ano passado por quatro meses, segundo a reportagem.
A matéria afirma que a Delta tinha interesse em promover negócios da construtora com o governo de Goiás, com base nas gravações da Polícia Federal. A Delta cresceu nos últimos anos fazendo negócios com o Governo Federal e estaduais.
O jornal informa ainda que em setembro do ano passado Torres intermediou o encontro de representantes de um laboratório controlado por Cachoeira na Anvisa.
O advogado Antonio Carlos de Almeida, que defende o senador, afirmou que não comentaria o teor dos grampos por ainda não ter tido “acesso às gravações”.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Dirigentes do DEM articulam para que Demóstenes Torres deixe o partido antes de ser expulso. O presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu a renúncia imediata do senador.
Postada;Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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