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quarta-feira, 9 de maio de 2012

Senador do DEM - Conselho abre processo contra Demóstenes


Em votação aberta, todos os integrantes do Conselho de Ética foram a favor do processo disciplinar
Brasília. Com 15 votos a favor, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar aprovou ontem a abertura de processo disciplinar contra o senador Demóstenes Torres (sem partido-GO). A aprovação pela unanimidade dos integrantes do Conselho é um sinal de que Demóstenes deverá ter o mandato cassado, assim que a ação chegar ao plenário do Senado.


A ideia é fazer um rito sumário, mantendo o direito de defesa do senador, para que a eventual perda de mandato de Demóstenes seja julgada antes do início do recesso parlamentar, que começa no dia 18 de junho. Existe uma preocupação de que o processo não fique para o segundo semestre.

"Esse placar mostra que há unanimidade de pensamento. Quanto mais demorarmos nessa decisão, teremos um desgaste muito grande desta Casa. É como se o Senado estivesse sangrando", disse o presidente do Conselho de Ética, senador Antônio Carlos Valadares (PSB-SE). Em sua avaliação, a situação "é muito desagradável" para o Senado, porque o senador julgado era considerado " acima de qualquer suspeita".

A pressão no Senado para punir Demóstenes é tamanha que até o senador Mário Couto (PSDB-PA), que teria sido porta-voz do jogo do bicho no Pará, em 1988, segundo jornais paraenses, votou pela instauração do processo contra o senador.

Diante do placar pela instauração de processo por falta de decoro parlamentar, interlocutores de Demóstenes revelaram que ele se sente vítima de "um massacre político".

Demóstenes Torres não apareceu ontem na sessão do Conselho, apesar de ter marcado presença no painel do Senado. Ele teria passado o dia em Goiânia, segundo seu advogado, Antonio Carlos de Almeida Castro.

O relator do processo no Conselho, senador Humberto Costa (PT-PE), quer ouvir as testemunhas de defesa e acusação até o fim deste mês. A proposta é tentar concluir o processo no Conselho até meados de junho. Se aprovado, terá de passar pelo crivo da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado. Só então seguirá para o plenário, onde a votação é secreta.

Amanhã, o Conselho de Ética pretende aprovar a ida do contraventor Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, para depor no Conselho. Ele foi arrolado tanto como testemunha de defesa como de acusação.

Ao fim da sessão, o advogado de Demóstenes informou que poderá recorrer ao Supremo Tribunal Federal para tentar anular a aprovação de relatório de Costa. Uma das alegações é que a defesa precisava de mais tempo para apresentar seus argumentos.



Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste

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