Por enquanto, partidos de oposição na Capital decidiram fazer o possível para motivar um segundo turno
Seis partidos de oposição em Fortaleza se reuniram, na noite de ontem, para traçar estratégias relacionadas à eleição municipal deste ano. O objetivo do grupo é tentar garantir segundo turno na Capital, mas ainda não há consenso sobre as táticas que deverão ser adotadas. Por enquanto, siglas como PSDB, PR, PTC, PP, PPS e PDT procuram alinhar os discursos para, juntos, enfrentarem o candidato da prefeita.
Seis partidos de oposição em Fortaleza se reuniram, na noite de ontem, para traçar estratégias relacionadas à eleição municipal deste ano. O objetivo do grupo é tentar garantir segundo turno na Capital, mas ainda não há consenso sobre as táticas que deverão ser adotadas. Por enquanto, siglas como PSDB, PR, PTC, PP, PPS e PDT procuram alinhar os discursos para, juntos, enfrentarem o candidato da prefeita.
No encontro de ontem, pelo menos duas questões principais foram discutidas: o número de chapas a serem formadas com os membros dos partidos que formam a oposição e a postura dos parlamentares dessas siglas na Câmara Municipal de Fortaleza e na Assembleia Legislativa.
Em relação ao primeiro ponto, o PSDB levou ao grupo a posposta de que todas as agremiações oposicionistas lançassem candidatura própria em Fortaleza, entendendo que essa pulverização levaria a disputa ao segundo turno, momento no qual os demais partidos se apoiariam.
Poderio
"Não podemos aceitar uma eleição plebiscitária, com um candidato da situação contra um da oposição. O plebiscito é péssimo porque facilita que a força do poderio administrativo e político de Governo Federal, Estadual e Municipal domine a eleição", alega o vice-presidente municipal do PSDB, Fernando Hugo.
Endossando esse discurso, o presidente estadual da legenda, Marcos Cals, argumenta que, na eleição de 2008, Luizianne Lins, com o apoio do governador Cid, obteve 50,1% dos votos. "Uma coisa é conseguir voto pra ela, outra é transferir pra outro. Então há possibilidade real de termos segundo turno", explica.
Pesquisa
No entanto, algumas siglas não concordam com a estratégia de fragmentar a disputa. Diante disso, o presidente municipal do PTC, Ciro Albuquerque, afirmou que ficou acertado que cada partido deverá discutir e formatar as candidaturas para, em um segundo momento, fazer uma avaliação dos nomes através de uma pesquisa de opinião. A partir daí, o grupo decidiria sobre a formação de duas ou três chapas e tentaria "robustecê-las". "No dia 15 de fevereiro, haverá nova rodada de conversa", informou.
O presidente municipal do PP, Jaime Cavalcante, disse que a decisão sobre os nomes ainda depende da situação entre o PT e o PSB, alegando que o cenário político está indefinido. "O mais importante é que todos que estavam ali não concordam com a atual gestão em Fortaleza", considerou o dirigente.
Já o tucano Marcos Cals disse, em entrevista, não acreditar que PT e PSB rompam a aliança. "Temos que nos preparar para a luta, e os partidos de oposição estão se organizando", declarou.
Bloco pretende alinhar discursos
Além do objetivo de levar a disputa municipal em Fortaleza ao segundo turno, os partidos de oposição querem intensificar a atuação de seus vereadores na Câmara Municipal no sentido de apontar os problemas da Capital e criticar a administração de Luizianne Lins.
Conforme o vereador Jaime Cavalcante, o tema é decorrente de uma reclamação do PP, PDT e PTC, partidos que hoje atuam no oposição ao Governo na Câmara, pois, embora outros partidos tenham representantes na Casa, apenas os cinco parlamentares dessas três siglas costumam ter postura contrária aos 36 vereadores da base aliada.
"A eleição é municipal, então os partidos que estão aqui são oposição à gestão que está aí e precisam atuar nesse sentido. Fazer oposição de televisão chega. Tem que ir lá pro embate, pro diálogo e pro confronto. É oposição? Pois precisa ter essa postura também na Câmara Municipal", argumentou Cavalcante, acrescentando que alguns vereadores dos partidos reunidos atuam com a base governista.
Fidelidade
Posição semelhante é a do vereador Ciro Albuquerque (PTC), que, embora reconheça que cada agremiação tem suas questões internas, defende que os vereadores atuem na Câmara de acordo com a orientação partidária. "Não tem como ter dois pesos, duas medidas. A intenção é que a oposição ganhe mais força na Câmara, através da orientação das siglas e do exercício da fidelidade partidária", disse.
No entendimento do deputado Fernando Hugo (PSDB), o movimento de oposição precisa acontecer não apenas na Câmara, mas se estender também à Assembleia Legislativa. "Quem está postado a fazer oposição mostre a cara. Saia detrás do muro. Ensimesmar-se em cima do muro com alguns partidos e candidatos a prefeitos com cargos na atual administração é hipocrisia", declarou.
Um dos poucos deputados que realmente atuam na oposição ao Governo na Assembleia, Heitor Férrer (PDT), havia confirmado presença na reunião com as agremiações para discutir a sucessão em Fortaleza. Na ocasião, sua ausência foi estranhada por alguns dirigentes.
Em entrevista ao Diário do Nordeste, Heitor Férrer disse ter entrado em contato com o dirigente do PDT, Papito de Oliveira, que o orientou a não participar do encontro, uma vez que lá só estariam os presidentes das siglas. O dirigente do DEM, Chiquinho Feitosa, também não esteve na reunião, pois teria se submetido a uma cirurgia.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário
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