
Luci de Carvalho, professora aposentada, e Aline Carvalho, 30 anos, promoter de eventos
Há pouco menos de dois meses a professora aposentada Luci de Carvalho se submeteu a uma cirurgia para implantar uma prótese no joelho. Durante o período pré e pós cirúrgico foi assistida por sua nora, Aline, que é enfermeira e chegou a integrar a equipe cirúrgica. As duas ficaram amigas desde que a enfermeira começou a namorar a filha mais velha de Luci, a promoter de eventos Aline Carvalho.
Quando o bailarino Wesley Batista separou-se de seu primeiro companheiro, Moisés, depois de quatro anos e meio morando juntos, sua mãe, a manicure Eliane Batista, foi quem mais sentiu o baque. “Eu chorei mais que Wesley (risos). Era muito apegada ao Moisés e via ele sofrendo daquele jeito... Ele foi uma pessoa muito importante na vida do Wesley, o primeiro namorado, era um porto seguro. Fiz de tudo para que o casamento deles voltasse, mas não deu certo”, lembra Eliane.
Já a gerente de loja Rocélia Melo foi mais prática. Ao ver o DJ Victor Wesley, seu primogênito, insône pela casa, deprimido por conta do fim do namoro com Rafael, ela se dispôs a levar o então adolescente de 17 anos à casa do ex-namorado para tentar uma reconciliação. “Comprei uma caixa de bombons e um cartão para o Victor escrever e fui bater na casa do Rafael com ele. Não dava mais para ver meu filho sofrendo tanto e não fazer nada. Como ele não dirigia, peguei o carro e eu mesma fui”, conta Rocélia.
Aceitação
A comerciária, a professora e a manicure não se conhecem, mas as três partilham de uma mesma atitude. Todas elas lidam tranquilamente com a homossexualidade de seus filhos.
Por causa destas mulheres, nestas três famílias, a diversidade sexual não é razão para distanciamento. “Não tem porque ser diferente. Ser homossexual não é desvio de caráter. Meu filho é gay, não é drogado nem marginal. Amo meu filho agora mais que nunca”, declara Eliane.
Luci não fica atrás. Segundo ela, a família ficou muito mais unida depois que passou a conviver harmoniosamente com a homossexualidade de Aline. “Ela é minha filha, não faz diferença se é hétero ou não”, pontua.
Rocélia aponta vantagens no jogo aberto em sua casa. “Somos uma família feliz. A gente sabe onde ele anda, o que está fazendo, sem a preocupação de antes”.
O quê
ENTENDA A NOTÍCIA
A aceitação plena da homossexualidade na família aumenta simultaneamente à conquista do reconhecimento dos direitos civis de homossexuais. Na última década houve grandes avanços nas duas searas.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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