
Foto - O líder da Nova Democracia, Antonis Samaras, comemorou a vitória do seu partido de direita ontem, convidando as formações europeístas a formar um Executivo de salvação nacional em prol do desenvolviento da Grécia.
Atenas. O partido de direita Nova Democracia, a favor da permanência do país na zona do euro, se declarou vencedor das eleições legislativas ontem na Grécia, após projeções do governo apontarem a maioria, e propôs ao socialista Pasok um "governo de união nacional" para sair da crise econômica.
Com cerca de 50% dos votos apurados, os conservadores do Nova Democracia, do líder Samaras, tinha 30% dos votos, que representa 129 das 300 cadeiras do Parlamento. O partido da esquerda radical Syriza, de Tsipiras, apareceu com 26%, tendo direito à 71 lugares. Os socialistas do Pasok estavam com cerca de 13% dos votos, ficando com 33 assentos.
A formação de um novo governo (com a maioria do Parlamento - 151 assentos) dependerá de uma coalizão entre o Nova Democracia e outros partidos.
Antonis Samaras, dirigente do Nova Democracia, se proclamou vencedor e convidou as formações europeístas a formar um Executivo de salvação nacional. "O povo heleno votou hoje pela permanência do país na eurozona e a favor das forças políticas que trarão desenvolvimento e emprego", declarou à imprensa o dirigente conservador.
A Nova Democracia afirma ser o "fiador" da permanência da Grécia na zona do euro, mas quer "renegociar" o memorando do plano de ajuste acertado com União Europeia (UE), Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI).
O memorando assinado pelo governo grego permitiu ao país obter um socorro financeiro para evitar a falência.
O resultado afasta, de imediato, o temor de líderes europeus e mercados mundiais de uma possível ruptura com o acordo de socorro firmado pelo país.
Esquerda
Pouco tempo depois, o chefe do partido da esquerda radical Syriza, Alexis Tsipras, reconheceu a derrota nas eleições legislativas. Alexis Tsipras, no entanto, afirmou que continuará rejeitando o pacto de austeridade com a União Europeia e que será a principal força de oposição do país.
"Ainda que o Syriza não tenha sido o partido mais votado, é a primeira força de oposição contra o memorando (plano de austeridade)", disse o jovem esquerdista, que reiterou que acabar com as políticas de arrocho é a única saída para a Europa.
O partido de esquerda radical Syriza admitiu ter sido derrotado nas eleições parlamentares da Grécia, mas prometeu continuar lutando contra as medidas de austeridade econômica impostas pelo plano de resgate financeiro da União Europeia e Fundo Monetário Internacional (FMI) para salvar os gregos da bancarrota.
"A partir de segunda-feira nós continuaremos a batalha", disse o líder do Syriza, Alexis Tsipras, a seguidores. "Um novo dia para a Grécia amanheceu".
"O senhor Tsipras telefonou para Antonis Samaras e disse pare ele ir em frente e formar o governo sem o Syriza e disse que o Syriza é a agora o principal partido de oposição", disse o porta-voz do partidos Syriza, Panos Kourletis.
Repercussão
O ministro alemão das Relações Exteriores, Guido Westerwelle, reagiu positivamente aos resultados, afirmando que seu país está disposto a discutir os novos prazos necessários para a aplicação das reformas na Grécia.
"Não deve haver mudança substancial nos compromissos assumidos pela Grécia com seu programa de reformas, mas posso imaginar, sem problemas, uma negociação sobre novos prazos", disse Westerwelle.
Para justificar esta flexibilidade, o ministro destacou que a Grécia viveu "uma paralisia política nas últimas semanas devido às eleições". "Os cidadãos comuns não podem ser punidos, especialmente porque já suportaram cortes drásticos".
"Estamos dispostos a assumir a solidariedade na Europa, mas não podemos aceitar a anulação dos compromissos assumidos", afirmou o ministro alemão.
Até o momento, Berlim se manteve inflexível sobre o programa de reformas negociado por Atenas com a União Europeia e o Fundo Monetário Internacional (FMI) em troca do socorro financeiro, tanto em relação ao conteúdo quanto aos prazos decretados.
As eleições de ontem foram polarizadas entre a Nova Democracia, cujo líder Antonis Samaras promete "sair da crise, mas não do euro", e a esquerda radical Syriza, de Alexis Tsipras, que exige a renegociação do pacto de austeridade, após defender seu abandono total.
Fique por dentro
Medidas de austeridades revoltam gregos
Nos últimos três anos, a taxa de desemprego saltou de 9,5% para 17,6%. As medidas de austeridade adotadas pelo governo grego nos últimos anos, que incluíram demissões, aumento de impostos e redução de salários e pensões, revoltaram a população, que tomou as ruas em protestos violentos, em meio a um festival de greves gerais que pararam o país. Hoje, o país se encaminha para o seu quinto ano consecutivo de recessão, com prognósticos de retomar o crescimento somente em 2014.
Medidas de austeridades revoltam gregos
Nos últimos três anos, a taxa de desemprego saltou de 9,5% para 17,6%. As medidas de austeridade adotadas pelo governo grego nos últimos anos, que incluíram demissões, aumento de impostos e redução de salários e pensões, revoltaram a população, que tomou as ruas em protestos violentos, em meio a um festival de greves gerais que pararam o país. Hoje, o país se encaminha para o seu quinto ano consecutivo de recessão, com prognósticos de retomar o crescimento somente em 2014.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste
Nenhum comentário:
Postar um comentário