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sábado, 16 de junho de 2012

Política - Luizianne, a segurança e o futuro do Estado


A avaliação da prefeita Luizianne Lins (PT) sobre a segurança pública não é muito diferente da opinião geral. Gente do próprio Palácio da Abolição não esconde a insatisfação com o desempenho. Passados cinco anos e meio, a política do Governo do Estado para a área prioritária dessa administração não deu certo. Os resultados não apareceram e o fato de muito dinheiro ter sido gasto só piora as coisas.
O que chama atenção é que a prefeita e o PT, até a semana anterior, anunciavam que apoiariam a continuidade do atual modelo, nas eleições de 2014, caso o PSB apoiasse Elmano de Freitas. Foi o próprio presidente nacional do PT, Rui Falcão, com a chancela do ex-presidente Lula, quem anunciou o compromisso de adesão ao nome indicado por Cid Gomes (PSB) para a próxima eleição para governador, no caso de haver acordo agora. Ora, seria até irresponsabilidade do partido apoiar uma administração com desempenho “desastroso”, nas palavras de Luizianne, em “uma das poucas em que o Estado poderia colaborar”. Uma gestão que faz a cidade sofrer “de ponta a ponta”. Não chega a surpreender, mas fica muito evidente que Prefeitura e Governo se apoiaram mutuamente, até agora, não por considerarem que a outra administração fazia bom trabalho. A preocupação era meramente cultivar seu quinhão, sem que o outro lado causasse incômodo. Curioso constatar que o PT, conscientemente, estava disposto a manter o Ceará no desmazelo que considera existir em área tão crucial, em troca tão somente do apoio eleitoral. Luizianne não deixa de ter razão no diagnóstico, mas o fato é que a crítica agora é tão oportunista quanto foi a aliança antes. As declarações da prefeita no O POVO de quinta-feira deixam ainda mais evidente que o PSB fez muito bem à política cearense ao pôr fim a esse pacto de mediocridade.

FALTA D’ÁGUA FOI RESULTADO DE NEGLIGÊNCIA
A falta d’água que atingiu boa parte de Fortaleza na última semana foi monumental desrespeito com a população, resultado da negligência da Cagece. Na quinta-feira anterior, moradores telefonaram para comunicar a companhia sobre o vazamento. No sábado, foi feito novo telefonema. No domingo, o cano estourou e levou abaixo dois imóveis, além de deixar outros danificados. Felizmente ninguém morreu. Tivesse havido alguma atenção para verificar o problema apontado pelos consumidores, o drama teria sido evitado. A Cagece promete indenização. Que seja exemplar, para compensar o dano material e moral, além do risco a que foram submetidos. Mais que isso, que os responsáveis pela negligência sejam punidos com rigor. E que a companhia reformule seus processos de atendimento às reclamações. O descaso, como se vê, pode sair muito caro.

Já imaginaram quais seriam os comentários no Twitter e no Facebook de expoentes do Estado caso a Cagece fosse empresa municipal?

No entanto, a Prefeitura também tem sua parcela de responsabilidade, e ela é grande. Embora controlada pelo Estado, a Cagece presta serviço como concessionária ao Município. É Fortaleza quem contrata e, portanto, deve satisfação.

O ALÍVIO E O EXEMPLO QUE O METROFOR REPRESENTA
A inauguração de um trecho que seja do Metrofor representa enorme alívio. O metrô virou motivo de chacota. O início experimental das operações é um alento, embora o histórico não autorize celebrações mais efusivas. Trata-se de contundente exemplo de como uma obra não deve ser feita. Mesmo descontada a inflação dos últimos 13 anos - que já não foi pouca coisa - houve aumento de mais de R$ 200 milhões no custo previsto para o trecho entre Pacatuba e o Centro de Fortaleza. O Tribunal de Contas da União (TCU) chegou a apontar superfaturamento. Mas, pelo menos, o metrô começa a deixar de ser uma miragem e uma assombração para os governos que se sucedem.

Como O POVO mostrou ontem, a obra chega numa cidade muito diferente daquela para a qual foi projetada. Ainda assim, pode ter impacto significativo. Irá tirar poucos carros da rua - preocupação maior da classe média. Mas terá papel mais nobre, pois atenderá o maior corredor por onde se deslocam trabalhadores da Região Metropolitana de Fortaleza. Sobretudo a parcela mais pobre.

ABSURDO SUPRAPARTIDÁRIO
O Metrofor atravessou as administrações estaduais de PSDB e PSB. No âmbito federal, teve as mãos de tucanos e de petistas. Ninguém tem direito de cantar de galo, embora os tucanos sejam sempre apontados como responsáveis maiores - lá com sua razão, até por serem pais dessa “criança” já quase senil. Mas foi Cid Gomes (PSB) o governador que passou mais tempo com a obra nas mãos. Justiça se faça, foi também o período em que mais os trabalhos avançaram. Não que seja necessária muita coisa para isso. E Lula foi o presidente durante a maior parte das obras.




Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo

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