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sexta-feira, 20 de abril de 2012

Exclusivo - Decretada preventiva de estudante


A universitária Amanda Cruz, que atropelou e matou três pessoas, já foi denunciada pelo Ministério Público

A estudante universitária Amanda Cruz da Silva, 20, teve prisão preventiva decretada pela Justiça e foi denunciada pelo Ministério Público Estadual como autora de homicídio qualificado por dolo eventual e futilidade, além de ter provocado aborto. Ela dirigia um veículo Corsa na tarde de 17 de março passado, na Avenida Deputado Paulino Rocha, no bairro Cajazeiras, nesta Capital.

Conforme apurou a Polícia, a guiadora trafegava em alta velocidade e acabou perdendo o controle da direção. Desgovernado, o carro saiu da pista, avançou sobre a calçada e acabou matando três pessoas, a jovem Marcilene Silva Maia, de 17 anos; que estava grávida; a filha pequena dela, Ana Rafaela da Silva Maia, de um ano e sete meses de idade; além de mais um pedestre identificado como José Flávio Bezerra.

Cadeia

Amanda se encontra recolhida no Presídio Feminino Desembargadora Auri Moura Costa, em Aquiraz. Sua prisão em flagrante foi transformada em custódia preventiva pelo juiz de Direito José de Castro Andrade, titular da Terceira Vara do Júri de Fortaleza. Presa na hora do acidente, a guiadora foi levada por policiais do Ronda do Quarteirão para o plantão do 30º DP (São Cristóvão), e acabou autuada em flagrante por homicídio doloso.

O delegado plantonista na ocasião, Ricardo Romagnoli do Vale, considerou que a guiadora agiu de forma irresponsável, praticando crime de dolo eventual (assumiu o risco de produzir o resultado).

O inquérito foi encaminhado pela Polícia Civil para a Justiça dias depois do fato e a acusada permaneceu presa na Delegacia de Capturas e Polinter (Decap). Em seguida, acabou transferida para o presídio.

Denúncia
Coube ao promotor de Justiça Humberto Ibiapina Lima Maia a tarefa de denunciar a acusada. "A futilidade da ação e o dolo eventual estão evidenciados na vontade mesquinha (da acusada) de fazer peripécias em alta velocidade para provar uma suposta habilidade ao volante", destacou o promotor.

O Diário do Nordeste teve acesso, exclusivo, aos autos do processos que agora tramitam no Fórum Clóvis Beviláqua.

Mortes

Na denúncia, a guiadora é acusada da prática de três homicídios qualificados e, ainda um aborto, já que a mulher que morreu no atropelamento estava grávida. Os crimes estão previstos nos artigos 121, parágrafo segundo, inciso terceiro; e 125 combinado com o 70 do Código Penal Brasileiro. Somadas as penas, em condenação máxima, Amanda pode pegar mais de 30 anos de prisão.

Mas, no mesmo documento em que ofertou a denúncia, o promotor de Justiça solicitou, pelo menos, seis diligências, entre elas, explicações periciais.

Ao prestar depoimento logo após ser presa, a universitária revelou que, na noite anterior ao acidente, passou horas se divertindo numa casa de forró, em Messejana, ocasião em que ingeriu bebidas alcoólicas (cerveja e vodca). E acabou agravando ainda mais sua situação ao confessar que é usuário de um medicamento de uso controlado, chamado Fenobarbital, que tem por objetivo evitar convulsões.

No depoimento, a universitária revelou que, quando criança, sofreu febres fortíssimas e isso acabou por provocar constantes convulsões. Passou dois anos em tratamento médico e, desde então, usa o remédio.

O promotor de Justiça requisitou o parecer de um perito especialista para saber qual tipo de consequência pode resultar da associação do remédio com bebidas alcoólicas.

Versão

Ainda em seu depoimento, Amanda negou que tivesse ´cochilado´ na direção do automóvel. Segundo ela, depois da noite de diversão na casa de forró, foi para a casa da mãe de um amigo e ali dormiu por mais de cinco horas. Por volta do meio-dia, foi chamada para deixar o carro na casa do rapaz. No trajeto, teria tentado desviar de um buraco na pista, bateu em uma moto e avançou sobre a calçada. O promotor pediu uma perícia nas imagens gravadas do acidente.



Postada:Gomes Silveira
Fonte:Diário do Nordeste

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