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domingo, 3 de junho de 2012

Futuro - O que está em jogo na aliança entre PT e PSB

A prefeita Luizianne e o governador Cid Gomes tentam equacionar o interesse de ter alguém de confiança no maior colégio eleitoral do Estado


De hoje a exatos dois anos, o governador Cid Gomes (PSB) estará se preparando para deixar o Palácio da Abolição. Provavelmente, estará planejando seu futuro político – de olho, talvez, na vaga que ficará aberta no Senado em 2014.
Enquanto isso, outros líderes estarão se articulando para disputar a sucessão de Cid – como, possivelmente, a petista e agora Luizianne Lins (PT), que já terá deixado ao cargo.

Para o eleitor comum, tantas conjecturas podem soar como mera especulação; para o político profissional, no entanto, todos esses cenários já estão postos à mesa de negociação. É assim, principalmente, na tentativa de acordo – até agora fracassada – entre PT e PSB.

Com foco no futuro, Cid tem total interesse em ter alguém de sua confiança na Prefeitura da Capital. Em primeiro lugar, porque isso significaria um conforto administrativo que pode lhe render bons frutos em 2014. Vale lembrar que, nos últimos anos, Cid e Luizianne estiveram em lados opostos em projetos considerados estratégicos para o Governo – como o estaleiro na praia do Titanzinho, barrado pela petista a contragosto do aliado.

A dificuldade nas negociações entre PT e PSB também passa pelos riscos que a escolha do nome do candidato à sucessão pode implicar. Cid tem dito com frequência que quer um nome forte e com reais chances de vitória. A derrota do nome apoiado por ele significaria uma baixa política que o governador nem sonha em sofrer.

Colocadas as condições, resta ao PSB decidir entre apoiar o personagem escolhido pelo PT, lançar um nome próprio ou mesmo se aliar à candidatura de Inácio Arruda (PCdoB). Entretanto, há ainda outra variável a ser considerada: romper com o PT em Fortaleza significa ganhar uma pedra no sapato. Uma vez distante da sigla, Cid ganharia um opositor barulhento, com forte tradição de briga e relativa inserção social – algo com que ele não está acostumado.

Ponto de vista do PT
Do outro lado da balança estão as muitas ambições petistas, também com foco em 2014. Assim como Cid, Luizianne também deseja ter um aliado no controle do Paço Municipal. Perder essa prerrogativa é assinar um atestado de enfraquecimento político, o que lhe tiraria pontos para a eleição estadual. Mais que isso: não emplacar um sucessor seria uma espécie de derrota administrativa – uma demonstração de que sua linha de gestão aparentemente não logrou êxito.

Luizianne precisa de um nome que defenda sua gestão, construa uma boa imagem de sua passagem pelo Paço Municipal e subsidie um possível retorno à cena pública em 2014, como possível candidata ao Senado ou mesmo ao Governo – situações que ela nunca descartou.



Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo

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