Para o cidadão comum, a próxima eleição é sempre a mais importante. Para os principais líderes políticos do Estado, o foco já é outro
Por trás das cortinas do cenário pré-eleitoral no Ceará, um mundo de negociações se desenvolve
sob o comando de líderes políticos que não disputarão um voto sequer em 2012. Mas que parecem mais interessados no jogo do que até mesmo os próprios candidatos. A razão da cobiça é simples: eles miram, ávidos, as eleições de 2014 – e decidiram tomar a frente das articulações de hoje para, assim, tentarem garantir uma zona de conforto para o pleito posterior. A prefeita de Fortaleza, Luizianne Lins (PT), o governador do Ceará, Cid Gomes (PSB), o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB) e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) são os personagens que darão as cartas na disputa que começa oficialmente a partir de julho.
Juntamente com outros “caciques” que O POVO apresenta nas próximas páginas, eles entram em cena para tentar influenciar a decisão do eleitor e, mais que isso, para adiantar acertos com vistas a 2014.
Nas últimas semanas, o interesse por essa espécie de disputa paralela deixou de ser velado e tornou-se mais nítido. No auge da crise da aliança com o governador Cid Gomes, a prefeita Luizianne Lins (PT) chegou a dizer que parte do PSB tenta minar sua liderança agora para que ela chegue enfraquecida em 2014, em uma possível disputa pelo Senado ou Governo do Estado.
Na oposição, o PSDB também admite olhar além. O presidente estadual da sigla, Marcos Cals, já avisou que, dependendo do desempenho do partido este ano, o ex-senador tucano Tasso Jereissati pode voltar à vida pública em 2014.
Ao O POVO, o senador Eunício Oliveira (PMDB) também confirmou que há uma corrida adiantada sobre o futuro político dos partidos. “Claro que2014 entra na mesa de negociação. Existe um sentimento focado em 2014. Todo político, quando vem a eleição, tá focando na próxima”, explicou.
O peso da disputa
Assim como 2012 representa o fim de um ciclo político em Fortaleza, 2014 significará também o encerramento de uma era iniciada por Cid Gomes em 2006, em nível estadual. A situação será particularmente desafiadora. Cid não poderá mais se reeleger e terá á sua frente a tarefa de emplacar um sucessor, no momento em que várias lideranças do Estado estarão de olho no cargo, a fim de se manter em altos patamares de importância política.
Além do topo do Executivo estadual, também estará em jogo uma vaga no Senado, com o fim do mandato de Inácio Arruda (PCdoB), que em 2012 disputa a Prefeitura da Capital. Diante dessa conjuntura, várias questões se interpõem: quem estará forte o suficiente para pleitear uma vaga ou outra? Que siglas terão poder de barganha para pleitear cargos e postos em chapas majoritárias? Tais indagações já são feitas entre os protagonistas dessa disputa paralela, focada em 2014. Parte do que vem sendo ponderado passa a ser de conhecimento do leitor, a partir das próximas páginas.
E agora
ENTENDA A NOTÍCIA
Por mais que algumas siglas queiram adiar decisões sobre 2012, para ganhar tempo nas negociações rumo a 2014, o prazo para a batida de martelo esta perto do final. Todas as convenções partidárias têm de ser realizadas até 30 de junho.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:O Povo
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