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quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Greve - PMs grevistas começam a deixar o prédio da Assembleia em Salvador




Policiais militares grevistas começaram a deixar o prédio da Assembleia Legislativa, em Salvador, na manhã desta quinta-feira (9), quando a paralisação da categoria já completava dez dias. Formou-se uma fila de manifestantes para que seja negociada a liberação junto a homens do Exército. A saída ocorre de forma pacífica e organizada. Cinco mulheres também deixaram o prédio.
A greve dos PMs na Bahia começou no dia 31 de janeiro e o governo do estado precisou solicitar auxílio da Força Nacional de Segurança, com homens do Exército Brasileiro, para fazer o patrulhamento nas ruas e cercar o prédio da Assembleia, que foi tomado pelos grevistas.

Durante toda a madrugada desta quinta-feira foi tensa a movimentação no Centro Administrativo da Bahia, local onde funciona a AL. Cinco homens deixaram a sede do órgão estadual e foram liberados porque não havia mandados de prisão contra eles. Eles passam por uma intensa revista e tiveram a saída permitida. A liberação deles foi mais um indício de que a entrega total dos grevistas estava próxima. Os soldados do Exército se mantiveram estrategicamente posicionados para atuar em caso de necessidade.

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Tropa do Exército
As tropas foram reforçadas no Centro Administrativo da Bahia (CAB) nesta quarta-feira (8), de acordo com informações do Exército. O número de homens no local passou de 1.038 para 1.400 no período da tarde, sendo 1.200 membros do Exército, 50 da Força Nacional e 150 PMs.


Segundo o tenente-coronel Cunha, responsável pela comunicação do Exército, a ampliação da segurança no local visa manter a tranquilidade no CAB. "Nós fizemos uma análise no final do dia de ontem e decidimos fazer o reforço para aumentar a segurança. Não consideramos as manifestações tumulto", destaca Cunha.

Os acessos ao CAB, onde fica a Assembleia Legislativa do estado sob ocupação de PMs grevistas, foram fechados no início da tarde desta quarta-feira pelas tropas das Forças Armadas que fazem o policiamento na região. De acordo com o tenente-coronel Cunha, o bloqueio foi uma decisão do comando da operação e a justificativa da ação não será informada por enquanto. Os manifestantes avaliam que a medida é para enfraquecer o movimento.
arte greve bahia vertical (Foto: Editoria de arte/G1)
Greve ilegal
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello afirmou nesta quarta-feira (8) que é ilegal a greve de policiais militares, como os da Bahia, que fazem paralisação desde o dia 31 de janeiro.

O movimento por reajustes salariais tem sido marcado por conflitos entre grevistas e o Exército e pelo aumento da criminalidade da capital do estado, Salvador.
"A greve é um tema social. Mas, neste caso, ela é inconstitucional, é ilegal. Se viesse uma lei legitimando o direito de greve de militares, ela fatalmente cairia no STF, seria julgada inconstitucional", disse Mello. O artigo 142 da Constituição estabelece que ao militar são proibidas a sindicalização e a greve.

Habeas Corpus
Os advogados de defesa do líder dos PMs grevistas da Bahia, Marco Prisco, e dos outros 11 policiais com mandados de prisão preventiva decretados entraram com pedido de habeas corpus no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA) no fim da tarde desta quarta-feira (8). De acordo com um dos advogados, Ivan Jezler, o pedido foi protocolado no plantão TJ e deve ser recebido pelo desembargador José Alfredo. Segundo ele, existe a expectativa de que a liminar seja concedida até quinta-feira (9). Dois dos PMs já foram presos.

“O objetivo é revogar as prisões preventivas decretadas. Greve, por si só, não se fundamenta em fato criminoso. Se o TJ negar vamos recorrer no STJ", diz o advogado. “Os juízes alegaram tão somente a questão do movimento grevista. Eles acusaram os roubos que ocorreram na cidade, mas isso é responsabilidade objetiva e a fundamentação é genérica. Não pode decretar prisão por conta disso”, argumenta.
Gritos de ordem
Músicas, orações e gritos de ordem têm feito parte das demonstrações de apoio do grupo de pessoas que se reúne em frente à Assembleia Legislativa da Bahia à greve dos policiais militares, em Salvador.

Na manhã desta quarta-feira (8), cerca de 100 manifestantes voltaram a cantar músicas que fazem referência ao carnaval, evento previsto para ser realizado na próxima semana na capital baiana. A música da vez foi "Chame gente", de Moraes Moreira. Ao avistar os helicópteros que sobrevoaram a região, e que chegaram a pousar, o grupo começou a bater palmas para as aeronaves. A ação foi rápida e as aeronaves logo decolaram novamente, ainda aplaudidas pelos manifestantes. "Eles querem nos abalar psicologicamente, mas isso não funciona", disse um dos manifestantes.

Na tarde de terça-feira (7) o mesmo grupo cantava "Ô, ô, ô, o carnaval parou". O governador do estado da Bahia, Jaques Wagner, disse na terça-feira que garante a continuidade do carnaval, que já está com o planejamento pronto, e que a partir da próxima semana, dia 14, 20 mil policiais serão mobilizados para o evento. Na manhã desta quarta, entidades relacionadas ao evento voltaram a reafirmar sua realização.

Postada:Gomes Silveira
Fonte:Matéria extraida do G1

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