Para o ex-presidente, modelo adotado pelo PT para conceder terminais à iniciativa privada é o mesmo de seu governo
Brasília. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que não se pode tratar as privatizações no Brasil como uma "questão ideológica". Em vídeo, FHC comentou os leilões de outorgas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, realizados pelo governo Dilma Rousseff (PT).
Para ele, o modelo adotado nesta gestão não é diferente do anterior, quando houve a privatização da Vale do Rio Doce e das telefônicas. Os leilões na era FHC foram criticados por petistas em campanhas eleitorais à presidência da República.
Brasília. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) afirmou ontem que não se pode tratar as privatizações no Brasil como uma "questão ideológica". Em vídeo, FHC comentou os leilões de outorgas dos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e Brasília, realizados pelo governo Dilma Rousseff (PT).
Para ele, o modelo adotado nesta gestão não é diferente do anterior, quando houve a privatização da Vale do Rio Doce e das telefônicas. Os leilões na era FHC foram criticados por petistas em campanhas eleitorais à presidência da República.
"A privatização não é uma questão ideológica. Depende das circunstâncias, como aumentar a capacidade de gerenciar e a oferta de serviço. É uma questão de responsabilidade maior para com o País", frisou.
No vídeo, o ex-presidente ressaltou que a privatização dos aeroportos na atual gestão ajuda a "desmistificar o demônio privatista", em referência às críticas petistas ao PSDB. "Tudo isso são fantasmas que estão desaparecendo, porque o Brasil está mais maduro", analisou.
Os leilões dos aeroportos, realizados na última segunda-feira, foram mote para as críticas de líderes tucanos, que saíram em defesa de FHC e criticaram o PT. O ex-governador de São Paulo José Serra ressaltou que a privatização dos aeroportos foi "satanizada" pelo PT durante a campanha presidencial de 2010 e ironizou o que a "mudança de discurso" do partido.
Os senadores Aécio Neves (PSDB-MG) e Lindbergh Farias (PT-RJ) chegaram a discutir ontem no Senado sobre o tema. Preocupado com a reação da militância do PT ao leilão, Lindbergh insistiu na tese de que o que houve não foi privatização, e sim concessão.
Sem mais leilões
A concessão à iniciativa privada de outros aeroportos brasileiros, além de Guarulhos, Campinas e Brasília, foi descartada ontem pelo ministro da Fazenda, Guido Mantega. Ele negou que o governo pretenda privatizar os aeroportos internacionais do Rio de Janeiro (Galeão e Tom Jobim) e de Confins, em Belo Horizonte.
O ministro assegurou que não está em estudo a transferência de aeroportos regionais para estados e municípios.
Outra informação descartada foi a possibilidade de o governo usar os R$ 24,5 bilhões obtidos nesses leilões para reforçar o superávit primário - economia feita pelo governo para pagar juros da dívida pública.
Segundo Mantega, a verba financiará investimentos nos terminais aéreos do país nos próximos anos, por meio do Fundo Nacional da Aviação Civil. "O dinheiro não será utilizado para pagamento de dívida ou coisa parecida", garantiu. Em relação às críticas de que o PT está repetindo a era FHC, Mantega disse que são modelos de privatização diferentes. Segundo ele, no governo tucano, as receitas de concessões e privatizações iam obrigatoriamente para pagar dívida.
O ministro disse ainda que as empresas vencedoras serão avaliadas e que devem ter capacidade própria de investimento e gerenciamento dos aeroportos, apesar do financiamento de até 80% pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Sobre os cortes no Orçamento da União, o ministro só declarou que o valor não está definido, mas que o contingenciamento (bloqueio de verbas) seguirá o modelo adotado em 2011.
Postada:Gomes Silveira
Fonte:Matéria extraida do Diário do Nordeste
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